sábado, 25 de agosto de 2007

O ideal da beleza

Vivemos num mundo em que predomina a cultura da imagem. Imagem é tudo. Uma imagem vale mais que mil palavras. Sempre foi assim. O ser humano projeta na imagem o seu mundo ideal. Das pinturas rupestres das cavernas às clássicas pinturas do Renascimento; das pioneiras fotografias às fotos digitalizadas de hoje, o que se busca é uma imagem sempre mais perfeita de nossas projeções interiores. É a busca do ideal, como Platão configurou em sua dupla estrutura de mundo: mundo real e mundo ideal. O real deve buscar sempre o ideal, pois é nele que se encontra o verdadeiro, dizia Platão.
Um dos grandes ideais, de ontem e de hoje, é o da beleza: cuidados com a estética do corpo, do vestuário, da moradia, do automóvel, do ambiente de trabalho, etc. O importante é apresentar-se bem, sempre. Essa busca estética não pára nunca, pois os parâmetros de beleza evoluem com o tempo.
Além da presença de homens nas academias para a modelagem do corpo, é comum vê-los em salões de beleza e clínicas de estética. Foi criado, há dez anos, o termo “metrossexual”. Uma lipoaspiração ou uma pequena cirurgia podem melhorar a apresentação de um executivo e fazê-lo mostrar-se mais light e mais moderno diante de seus clientes. Os apresentadores de programas e telejornais cuidam sobremaneira da aparência. A cultura da imagem exige isso.
Os políticos, por exemplo, sempre se preocuparam com a imagem que os eleitores devem ver. Depois que as câmaras do legislativo federal começaram a transmitir pela tv suas sessões, o vestuário dos deputados e senadores passou a ser cuidado com mais esmero, pois os telespectadores telefonam e mandam e-mails reclamando que os parlamentares estão usando sempre a mesma gravata, o mesmo paletó, etc.
Platão afirmou que o corpo deve ser formado pela ginástica e a alma, pela música. Cuidados com o corpo, sim, mas sem beirar ao exagero. É de bom alvitre que busquemos o equilíbrio externo e interno.

Ismar Dias de Matos
www.ismardiasdematos.com.br

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