segunda-feira, 3 de outubro de 2011

URGÊNCIA DE NOVAS MISSÕES

Tempos atrás, quando se ouvia falar em Missões, vinham logo à mente as figuras de heróicos missionários e pregadores que se deslocavam para terras distantes, sobretudo onde não havia a presença do cristianismo ou esta era insignificante. Eram as missões que, cumprindo o mandato de Jesus (Mt 28,19-20), se direcionavam aos pagãos, aos gentios: missões ad gentes. Com mais de dois mil anos de missões, as religiões não cristãs abrangem ainda um total 67% da população mundial.
No século passado, o concílio ecumênico Vaticano II (Roma, 1965), as conferências episcopais de Medellín (1968) e de Puebla (1979) perceberam que, embora a missão ad gentes ainda esteja longe de completar sua tarefa, os próprios cristãos passavam por um “esfriamento” da fé e já não demonstravam, como nos primeiros tempos, a força transformadora do evangelho. Na verdade, é necessária uma nova missão, chamada de “nova evangelização” pelo papa João Paulo II, em seu discurso aos bispos latino-americanos, na capital do Haiti, em 09/03/1983: “Nova no seu ardor, nos seus métodos, na sua expressão”; missões para dentro das próprias dioceses e paróquias: missões ad intra.
Neste mês das missões, lembremo-nos que a missão da Igreja, e de cada cristão que assume o mandato de Jesus é evangelizar. Essa é a nossa contínua tarefa. O evangelizador-missionário não tira férias, pois onde ele se encontra, ali ele é missionário.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, reunida em Aparecida-SP, em maio passado, assim resumiu a tarefa primordial da Igreja: “Evangelizar, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida, rumo ao Reino definitivo” (CNBB, Doc. 94, 2011).

Ismar Dias de Matos, sacerdote diocesano, professor de filosofia e cultura religiosa da PUC Minas.

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