INTENDENTE CÂMARA
Intendente Câmara é o nome da usina da USIMINAS, em Ipatinga, em Minas Gerais. Poucos, na verdade, sabem quem foi o Intendente Câmara, cujo nome era Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt Aguiar e Sá, filho de Bernardino Rodrigues Cardoso e Francisca Antonia Xavier de Bitencourt e Sá. Sabe-se que nasceu em Minas Gerais, em 1762, e faleceu na Bahia, 13 de dezembro de 1835.
Estudou Direito e Filosofia, na Universidade de Coimbra, e Mineralogia, na Universidade de Freyberg. Foi engenheiro e político: Intendente dos Diamantes, em Diamantina (até 1822), e Intendente-geral das Minas, senador do Império, de 1827 a 1835. Era Dignitário Honorário da Ordem Imperial do Cruzeiro e Comendador da Ordem de Cristo.
TRABALHOS PUBLICADOS PELO INTENDENTE CÂMARA:
1.Observações feitas por ordem da Real Academia de Lisboa acerca do carvão-de-pedra da Freguesia da Carvoeira. Setembro, 1798.
2.Ensaio de descrição física e econômica da Comarca de Ilhéus, na América - Lisboa, 1789.
3.Dissertação sobre plantas do Brasil que podem dar linho. Lisboa, 1810.
4.Memória mineralógica do terreno mineiro da Comarca de Sabará - MG, oferecido ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
5.Memória de observações físico-econômicas acerca da extração do ouro das minas do Brasil (Inéditas).
6.Tratado de mineração no Brasil (Inédita, em poder da Família do Autor).
7.Memória sobre as minas de chumbo e prata e sobre fundição de ferro por meio de diminuta porção de combustível e por um novo processo (sabe-se apenas que foi escrita em Francês e publicada na Alemanha).
8.Resposta dada à Câmara da cidade da Bahia, à qual consultou Manuel Ferreira Câmara, sobre diferentes quesitos que lhe foram feitos por parte do governador em conseqüência da ordem que para isso tivera de Sua Alteza Real no ano de 1807 (Ministério das Relações Exteriores).
9.Sociedade de agricultura, comércio e indústria da província da Bahia.
10.Primeira sessão a 10 de março de 1832. Discursos do Presidente Manuel Ferreira da Câmara Bittencourt Aguiar e Sá e do Secretário, etc.
MORRO DO PILAR
Morro do Pilar, antes de ser o nome de um clube social, em Ipatinga, é o nome de uma cidade localizada na Serra do Espinhaço, no conjunto que forma a Serra do Cipó, distando 164 km de Belo Horizonte. Possui uma população urbana de 2.228 habitantes, e uma população rural 1.645 habitantes, que ocupam uma área de 421 km2.
Na cidade, dentro da área urbana, no Bairro Paredão, há um monumento construído para homenagear o Intendente Câmara, responsável pela Instalação da Real Fábrica de Ferro de Morro do Pilar, ou Fábrica do Rei, que foi a primeira do Brasil a fabricar ferro líquido em alto forno. Em estilo moderno executado em 1990, o monumento abriga as ruínas da primeira fábrica de ferro da América do Sul.
Morro do Pilar foi um grande centro de mineração. Existem indícios de atividades em 1701, conforme a tradição. Formada a povoação, em função da exploração do ouro, erigiu-se a primitiva capela sob a invocação de Nossa Senhora do Pilar, mais tarde substituída por um segundo templo que recebeu a benção por provisão em 1789.
O arraial primitivo foi transferido para um plano mais baixo da colina, situando-se nos contrafortes da serra do Espinhaço. A mineração do ouro, fator de origem e desenvolvimento do arraial, já estaria praticamente abandonada em princípios do século XIX, não mais prevalecendo como exploração regular de significado econômico, conforme Valmar Coelho.
Em 1809, o Intendente dos diamantes, Manuel Ferreira da Câmara Bitencourt Aguiar e Sá, deu início a primeira fábrica de ferro do Brasil - a Real Fábrica de Ferro - e que 1814 consegue fabricar ferro líquido. A pioneira fábrica funcionou, em regime de produção mais ou menos regular, de 1814 a cerca de 1830, época em que encerrou suas atividades, de acordo com Carneiro de Mendonça em seu livro "O Intendente Câmara".
As remanescentes ruínas da Real Fábrica de Ferro ainda documentam de modo expressivo o passado arrojado de industrialização. Esta iniciativa marcaria o empreendimento siderúrgico em terras mineiras, e teria apenas em 1921, com a fundação da Cia. Siderúrgica Belgo Mineira, a sua maior expressão.
Morro do Pilar, nos dias atuais, ocupa-se da produção de cana-de-açúcar, laranja, banana, mandioca e milho, pecuária, além de indústria de transformação e mineração.
Autor: Ismar Dias de Matos, professor de Filosofia e Cultura Religiosa na PUC Minas, Associado Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, cadeia 75.
E-mail: p.ismar@pucminas.br
BIBLIOGRAFIA
ÁVILLA, Affonso, GONTIJO, João Marcos Machado, MACHADO, Reinaldo Guedes. Barroco Mineiro - Glossário de arquitetura e ornamentação. Rio de Janeiro: Fundação João Pinheiro/Fundação Roberto Marinho, 1979.
MENDONÇA, Marcos Carneiro de. O Intendente Câmara. São Paulo: Nacional, 1958.
SITES CONSULTADOS EM 30 DE JUNHO DE 2007:
www.vtn.com.br/cidades/cidadeshistoricasminas/diamantina/diamantina.htm
www.tratosculturais.com.br/diamantina/UniVlerCidades/Cidades/morro_do_pilar/area.htm
www.estradareal.org.br/cidad/onde_ir/index.asp?codigo=36&tipo=4%7CCULTURAL&x=36&y=6
http://www.senado.gov.br/sf/senadores/senadores_biografia.asp?codparl=2094&li=3&lcab=1834-1837&lf=3
http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Ferreira_da_C%C3%A2mara_Bittencourt_Aguiar_e_S%C3%A1
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Boas informaçoes.
ResponderExcluirwww.morrodopilar.wordpress.com
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