terça-feira, 5 de agosto de 2014

Transfiguração do Senhor

Dia 6 de agosto celebramos a festa da Transfiguração de Jesus, conforme relato de Mateus (17, 1-9). Diante de duas testemunhas do 1º Testamento – Moisés e Elias – Jesus mostra a três de seus apóstolos – Pedro, Tiago e João – a sua Face Gloriosa. A cena se dá no alto de um monte que Mateus não dá nome, e que pode ser o monte Hermon, próximo a Cesareia de Felipe; como pode ser também o monte Panium, nas proximidades do rio Jordão; como pode ser também o monte Tabor, no qual foi construída a Igreja da Transfiguração, muitíssimo visitada pelos turistas. O lugar físico não é o mais importante no episódio.
A cena da Transfiguração se dá pouco depois de Jesus haver perguntado aos discípulos “quem era Ele” na opinião do povo, ocasião em que Pedro, ao fim de tantas respostas, fez sua belíssima profissão de fé: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo” (Mt 16,16). Jesus, então, confirma Pedro como a pedra sobre a qual será construída a Sua Igreja.
Além da Transfiguração, testemunhada por Pedro, Tiago e João (2 Pd 1, 16), outros quatro grandes episódios marcam a história de Jesus: o Batismo, a Crucificação, a Ressurreição e a Ascensão. A Transfiguração une os dois Testamentos bíblicos: Moisés e Elias, representando a Lei e os Profetas, resumem o 1º Testamento; Pedro, Tiago e João – o grande trio dos Evangelhos – representam o 2º Testamento, que tem Jesus como o personagem central.
“Uma imagem fala mais que mil palavras”, diz uma afirmativa corrente. Por isso Jesus quis confirmar no íntimo de seus apóstolos uma imagem positiva de Sua glória futura, para que eles fossem testemunhas daquela maravilha e pudessem ser fortalecidos diante das provações pelas quais passariam.
Eu disse, acima, que o lugar da Transfiguração não é o mais importante, pois Jesus continua se transfigurando diante de nós, o tempo todo. Dizemos nas celebrações: “Ele está no meio de nós”. De fato, Ele está nos irmãos e irmãs necessitados (Mt 25, 31-46); está presente onde “dois ou mais se reúnem em Seu nome” (Mt 18,20).
É preciso ter olhos espirituais para ver o Senhor. Pedro, Tiago e João, com olhos espirituais, viram Moisés e Elias, há séculos já falecidos, ao lado de Jesus. É preciso aprender com eles.
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Ismar Dias de Matos, sacerdote católico, e professor de Filosofia e
Cultura Religiosa na PUC Minas. E-mail: p.ismar@pucminas.br

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