Meu sonho é aprender a rezar.
E a reza, eu sei, vai me ensinar
o caminho suave da morte inevitável.
Meu sonho é aprender a morrer.
E a morte, eu sei, vai me ensinar
a viver melhor.
Meu sonho é aprender a viver
quando eu não tiver medo do amanhã.
(Ismar Dias de Matos)
terça-feira, 31 de maio de 2011
Minha constante oração
Bondoso Deus, dá-me a graça de esvaziar-me de minha arrogante utilidade. Tira de mim a ilusão de ser instrumento de qualquer coisa. Quero ser apenas eu, um homem simples, comum, a teus pés. Tira a minha pressa, a agitação que acelera meu viver e o desejo de estar onde meus pés não pisam. Dá-me um pouco da alegria que plenifica o coração de teus servos e servas inúteis. Quero louvar-te como aquela anônima flor no meio dos pastos, como o pardal solitário no quintal deserto, como as águas murmurantes dos ribeiros, como os cristais escondidos no ventre das montanhas, como as pequeninas borboletas, as pequeninas aranhas, as minúsculas formigas, como o capim que alimenta os animais, o orvalho que cai, como a luz que traz um novo dia para os homens e mulheres.
Quero, Senhor, viver os momentos de gratuidade, sentir as coisas inúteis, como as sonatas, as serestas, quero contemplar as flores que se abrem ao luar, os lírios do campo, os pássaros do céu, quero brincar com as crianças, sorrir com os velhinhos e velhinhas, ser paciente com os que têm necessidades especiais, rezar com os monges, ler os poemas de Neruda, Bandeira, Fernando Pessoa, e ver a banda passando a tocar coisas de amor.(Ismar Dias de Matos)
Quero, Senhor, viver os momentos de gratuidade, sentir as coisas inúteis, como as sonatas, as serestas, quero contemplar as flores que se abrem ao luar, os lírios do campo, os pássaros do céu, quero brincar com as crianças, sorrir com os velhinhos e velhinhas, ser paciente com os que têm necessidades especiais, rezar com os monges, ler os poemas de Neruda, Bandeira, Fernando Pessoa, e ver a banda passando a tocar coisas de amor.(Ismar Dias de Matos)
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Felicidades: no plural
Na língua grega, a palavra felicidade é EUDAIMONIA. Poderíamos dizer que se trata de um “bom” (EU) “espírito” (DAIMON) agindo em nós, criando ou provocando sensações agradáveis, prazerosas, tanto no sentido físico como não-físico.
Neste tempo de frio, por exemplo, ficar na cama alguns minutos a mais pode ser considerado um prazer, uma felicidade; tomar a bebida de nossa preferência; comer aquilo de que gostamos mais; estar com a pessoa com quem nos sentimos bem; ouvir a música de nossa preferência etc. são felicidades...no plural. Não há, para nós, uma felicidade (no singular) que seja contínua, sem rupturas, ininterrupta. Uma felicidade integral e eterna, em tese, seria privilégio exclusivo de Deus.Como não somos nem seremos deuses, resta-nos aproveitar bem e positivamente os momentos que a vida nos proporciona junto aos nossos companheiros e companheiras de turismo nessa existência. Sim, somos viajantes e turistas, não temos aqui morada permanente. Mais dia, menos dia, chegará o dia de nossa partida. Não levaremos nada conosco. O importante, então, é que tenhamos aproveitado nossa estada no planeta para vivermos a EUDAIMONIA no plural, na con-vivência harmoniosa com os que estão ao nosso redor.(Ismar Dias de Matos)
Neste tempo de frio, por exemplo, ficar na cama alguns minutos a mais pode ser considerado um prazer, uma felicidade; tomar a bebida de nossa preferência; comer aquilo de que gostamos mais; estar com a pessoa com quem nos sentimos bem; ouvir a música de nossa preferência etc. são felicidades...no plural. Não há, para nós, uma felicidade (no singular) que seja contínua, sem rupturas, ininterrupta. Uma felicidade integral e eterna, em tese, seria privilégio exclusivo de Deus.Como não somos nem seremos deuses, resta-nos aproveitar bem e positivamente os momentos que a vida nos proporciona junto aos nossos companheiros e companheiras de turismo nessa existência. Sim, somos viajantes e turistas, não temos aqui morada permanente. Mais dia, menos dia, chegará o dia de nossa partida. Não levaremos nada conosco. O importante, então, é que tenhamos aproveitado nossa estada no planeta para vivermos a EUDAIMONIA no plural, na con-vivência harmoniosa com os que estão ao nosso redor.(Ismar Dias de Matos)
terça-feira, 17 de maio de 2011
Respeitar o adversário
Dizem que o grande romano Júlio César (100 a.C – 44 a.C), após suas inúmeras vitórias, sempre enaltecia os valores do inimigo. V.g: Os gauleses eram soldados bem treinados, fortes, valentes, corajosos... mas eu os venci! A atitude inteligente de valorizar a própria vitória era a de valorizar o inimigo.
Nos esportes, diferentemente da guerra, não há inimigos, mas apenas adversários, embora o comportamento, sobretudo no futebol, seja o mesmo de uma guerra. E o que é pior: uma guerra de pessoas não inteligentes, pois ridicularizando o adversário, não sabem que ao espezinhá-lo diminuem a importância da própria vitória.
Somente os regimes de Terror é que necessitam da escolha de um inimigo, real ou imaginário. Os líderes terroristas insuflam, então, o ódio em seus comandados e dele todos se alimentam. O outro, o que pensa ou age diferente é, então, um inimigo a ser combatido. Não deve nem ser tolerado. Só os iguais podem conviver.
Muitas vezes as torcidas dos times de futebol agem de modo terrorista. Não suportam que uma pessoa use uma camisa do time adversário. José Simão, em sua fecunda arte de neologismos, chamou essas torcidas organizadas de “trucidas”.
É lamentável constatar a existência de pessoas antidemocráticas (para não dizer terroristas) em uma sociedade tão pluralista como a nossa, que nos move a viver pacificamente com identidades tão diferentes. Essa convivência harmoniosa exigida de todos é garantida pela nossa Constituição. Deveria, antes de ser uma exigência legal, uma convivência virtuosa. Mostraria, então, nosso alto nível de civilização.
Ismar Dias de Matos é professor de Filosofia e Cultura Religiosa na PUC Minas. E-mail: p.ismar@pucminas.br
Nos esportes, diferentemente da guerra, não há inimigos, mas apenas adversários, embora o comportamento, sobretudo no futebol, seja o mesmo de uma guerra. E o que é pior: uma guerra de pessoas não inteligentes, pois ridicularizando o adversário, não sabem que ao espezinhá-lo diminuem a importância da própria vitória.
Somente os regimes de Terror é que necessitam da escolha de um inimigo, real ou imaginário. Os líderes terroristas insuflam, então, o ódio em seus comandados e dele todos se alimentam. O outro, o que pensa ou age diferente é, então, um inimigo a ser combatido. Não deve nem ser tolerado. Só os iguais podem conviver.
Muitas vezes as torcidas dos times de futebol agem de modo terrorista. Não suportam que uma pessoa use uma camisa do time adversário. José Simão, em sua fecunda arte de neologismos, chamou essas torcidas organizadas de “trucidas”.
É lamentável constatar a existência de pessoas antidemocráticas (para não dizer terroristas) em uma sociedade tão pluralista como a nossa, que nos move a viver pacificamente com identidades tão diferentes. Essa convivência harmoniosa exigida de todos é garantida pela nossa Constituição. Deveria, antes de ser uma exigência legal, uma convivência virtuosa. Mostraria, então, nosso alto nível de civilização.
Ismar Dias de Matos é professor de Filosofia e Cultura Religiosa na PUC Minas. E-mail: p.ismar@pucminas.br
domingo, 8 de maio de 2011
Já sei...já sei
O Imperador Dom Pedro II, conforme testemunhos dos que o conheceram de perto, tinha um cacoete. Quando lhe anunciavam qualquer novidade, atalhava logo “Já sei... já sei”. Tal cacoete deu motivo de muitas irreverências, como a que segue abaixo, publicada no jornal Gazeta da Tarde (MAGALHÃES JR., Raimundo. O império em chinelos. Edição ilustrada, Editora Civilização Brasileira, São Paulo: 1957, p. 90).
Já sei, já sei! Sabe tudo
o sábio por excelência!
Sabe mais do que a Ciência
e muito mais do que a lei.
Do passado e do presente
fez um estudo profundo,
sabe o futuro do mundo...
Já sei... já sei.
Matemática, Direito,
Escultura, Geografia,
mistérios da Astronomia,
Tudo sabe o nosso Rei!
Conhece o desconhecido!
Sabe tudo e ensina!
É forte na medicina...
Já sei... já sei.
Espiritismo, Comtismo,
África, América, Europa,
o fardamento da tropa...
Túnis, Marrocos... o bey...
Segredos dos alquimistas,
conhecimentos ignotos,
origem dos terremotos...
Já sei... já sei.
Sabe náutica e poesia,
advinha os alfarrábios!
(Silêncio, Mundo, aprendei!)
Catadupas de ciência
em borbotões fumegantes
vão caindo retumbantes...
Já sei... já sei.
O Padre Eterno, invejoso
de uma tal ciência infusa,
Lhe disse, a juízo de escusa,
- Dom Pedro, me sucedei,
Eu vos darei o Universo!
Mas o sábio firme, teso,
respondeu-Lhe com desprezo:
Já sei... já sei.
Sabe a cobrança de impostos,
o movimento das vagas,
o carnaval e as bisnagas...
Tudo sabe o nosso Rei!
Sabe manter os escravos...
É mesmo um sábio... E ignora
o Rumo de barra a fora.
Já sei... já sei.
Postado por Ismar Dias de Matos: p.ismar@pucminas.br
Já sei, já sei! Sabe tudo
o sábio por excelência!
Sabe mais do que a Ciência
e muito mais do que a lei.
Do passado e do presente
fez um estudo profundo,
sabe o futuro do mundo...
Já sei... já sei.
Matemática, Direito,
Escultura, Geografia,
mistérios da Astronomia,
Tudo sabe o nosso Rei!
Conhece o desconhecido!
Sabe tudo e ensina!
É forte na medicina...
Já sei... já sei.
Espiritismo, Comtismo,
África, América, Europa,
o fardamento da tropa...
Túnis, Marrocos... o bey...
Segredos dos alquimistas,
conhecimentos ignotos,
origem dos terremotos...
Já sei... já sei.
Sabe náutica e poesia,
advinha os alfarrábios!
(Silêncio, Mundo, aprendei!)
Catadupas de ciência
em borbotões fumegantes
vão caindo retumbantes...
Já sei... já sei.
O Padre Eterno, invejoso
de uma tal ciência infusa,
Lhe disse, a juízo de escusa,
- Dom Pedro, me sucedei,
Eu vos darei o Universo!
Mas o sábio firme, teso,
respondeu-Lhe com desprezo:
Já sei... já sei.
Sabe a cobrança de impostos,
o movimento das vagas,
o carnaval e as bisnagas...
Tudo sabe o nosso Rei!
Sabe manter os escravos...
É mesmo um sábio... E ignora
o Rumo de barra a fora.
Já sei... já sei.
Postado por Ismar Dias de Matos: p.ismar@pucminas.br
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Obama, Osama e a busca da paz
Uma história mal contada afirma que Obama “matou” Osama no dia 1º de maio, no Paquistão. E que o corpo, após rápida cerimônia fúnebre, foi jogado no mar: não quiseram dar-lhe uma sepultura para que esta não se tornasse lugar de visitação de seguidores, ou seja, para que não se tornasse um ídolo.
No dia seguinte à morte, li nos jornais diversos comentários. Eis alguns deles:
“O presidente dos EUA disse que o mundo ficou melhor com a morte de Osama Bin Laden. Será mesmo? Bin Laden tinha uma legião de seguidores que não deixarão de vingar a morte do líder. M.P.G: Santa Bárbara d'Oeste, SP”.
“A morte de Bin Laden é simbólica por se tratar de importante vitória para os EUA no instante em que se discute a perda de prestígio do poderio americano e resgata a sua vocação belicista. Obama, que vinha fazendo um governo amorfo e perdendo prestígio em meio ao eleitorado, se fortalece e se credencia para a renovação de seu mandato. L.T.N.S: São Luís, MA”.
“Não importa quanto tempo nem quanto se gastou para capturar Bin Laden, pois, para os EUA, essa era uma questão obsessiva. Mas cabe ressaltar que ele nunca havia pegado em um fuzil até que a CIA o ensinasse a utilizá-lo no fim dos anos 1970, para que lutasse no Afeganistão contra a antiga União Soviética. E.A.S: São José dos Campos, SP”.
“Cumprimento os EUA por terem respeitado a tradição islâmica e feito o enterro de Bin Laden em 24 horas, como manda a sua religião. Tenho certeza de que, se o oposto houvesse acontecido, teríamos demonstrações de desrespeito ao corpo e às tradições. T.T: São Paulo, SP”.
“Sobre a morte de Bin Laden (por quem não tenho nenhuma admiração), pergunto: 1) Se fosse um cidadão americano, acusado de várias atrocidades em outros países, será que os EUA deixariam uma tropa estrangeira entrar em seu território e assassiná-lo? 2) Bin Laden não deveria ter sido preso e levado a um tribunal internacional, como foi feito com Saddam Hussein? 3) O corpo não deveria ter sido entregue a uma junta médica independente para autópsia? L.N.M: Pouso Alegre, MG”.
O mundo não fica melhor sem Osama Bin Laden. Explico-me: primeiro porque ele não mais representava o famoso grupo terrorista; segundo, porque ele tem inúmeros seguidores que, possivelmente, irão cometer ações violentas para sinalizar que a luta continua. Uma terceira justificativa: a violência cometida contra Osama apenas deu um cadáver a quem o reclamava, mas não pode gerar a paz.
As pessoas de bem sabem que só a justiça, a solidariedade e o amor geram a paz. Ela não virá após o pipocar dos fuzis, das metralhadoras e das bombas. Por incrível que pareça, não há uma sinalização de fim para essa violência toda. E um dos motivos é: as guerras movimentam bilhões, trilhões de dólares anualmente.
Quando preferimos gritar com nossas crianças e não dialogamos com elas; quando partimos para as agressões físicas e desrespeitamos moral e fisicamente nossas crianças, estamos trabalhando em prol da violência e do terror. A paz e a violência têm algo em comum: são construídas passo a passo. Sejamos construtores da paz.(Ismar Dias de Matos, professor de Filosofia na PUC Minas).
No dia seguinte à morte, li nos jornais diversos comentários. Eis alguns deles:
“O presidente dos EUA disse que o mundo ficou melhor com a morte de Osama Bin Laden. Será mesmo? Bin Laden tinha uma legião de seguidores que não deixarão de vingar a morte do líder. M.P.G: Santa Bárbara d'Oeste, SP”.
“A morte de Bin Laden é simbólica por se tratar de importante vitória para os EUA no instante em que se discute a perda de prestígio do poderio americano e resgata a sua vocação belicista. Obama, que vinha fazendo um governo amorfo e perdendo prestígio em meio ao eleitorado, se fortalece e se credencia para a renovação de seu mandato. L.T.N.S: São Luís, MA”.
“Não importa quanto tempo nem quanto se gastou para capturar Bin Laden, pois, para os EUA, essa era uma questão obsessiva. Mas cabe ressaltar que ele nunca havia pegado em um fuzil até que a CIA o ensinasse a utilizá-lo no fim dos anos 1970, para que lutasse no Afeganistão contra a antiga União Soviética. E.A.S: São José dos Campos, SP”.
“Cumprimento os EUA por terem respeitado a tradição islâmica e feito o enterro de Bin Laden em 24 horas, como manda a sua religião. Tenho certeza de que, se o oposto houvesse acontecido, teríamos demonstrações de desrespeito ao corpo e às tradições. T.T: São Paulo, SP”.
“Sobre a morte de Bin Laden (por quem não tenho nenhuma admiração), pergunto: 1) Se fosse um cidadão americano, acusado de várias atrocidades em outros países, será que os EUA deixariam uma tropa estrangeira entrar em seu território e assassiná-lo? 2) Bin Laden não deveria ter sido preso e levado a um tribunal internacional, como foi feito com Saddam Hussein? 3) O corpo não deveria ter sido entregue a uma junta médica independente para autópsia? L.N.M: Pouso Alegre, MG”.
O mundo não fica melhor sem Osama Bin Laden. Explico-me: primeiro porque ele não mais representava o famoso grupo terrorista; segundo, porque ele tem inúmeros seguidores que, possivelmente, irão cometer ações violentas para sinalizar que a luta continua. Uma terceira justificativa: a violência cometida contra Osama apenas deu um cadáver a quem o reclamava, mas não pode gerar a paz.
As pessoas de bem sabem que só a justiça, a solidariedade e o amor geram a paz. Ela não virá após o pipocar dos fuzis, das metralhadoras e das bombas. Por incrível que pareça, não há uma sinalização de fim para essa violência toda. E um dos motivos é: as guerras movimentam bilhões, trilhões de dólares anualmente.
Quando preferimos gritar com nossas crianças e não dialogamos com elas; quando partimos para as agressões físicas e desrespeitamos moral e fisicamente nossas crianças, estamos trabalhando em prol da violência e do terror. A paz e a violência têm algo em comum: são construídas passo a passo. Sejamos construtores da paz.(Ismar Dias de Matos, professor de Filosofia na PUC Minas).
terça-feira, 3 de maio de 2011
Heróis e santos
Os seres humanos não vivem sem heróis e heroínas, pois eles representam um ideal, um protótipo a ser imitado ou seguido. As mitologias de todas as culturas, desde os mais remotos tempos, estão repletas de heróis que encarnam um misto de profano e sagrado. Os heróis e heroínas pairam sobre as pessoas comuns, num panteão, num céu ou qualquer lugar onde a corrupção não reside. As religiões também têm os seus santos e santas, e eles são modelos colocados para a humanidade. A canonização, no caso dos cristãos católicos, coloca esses modelos no rol daqueles(as) que se confirmaram por seus feitos e virtudes. A Igreja Católica Romana não cria santos(as), mas apenas os confirma após apurado exame processual.
No domingo, 1º de maio, a Igreja Católica Romana inscreveu o nome do papa João Paulo II (18/05/1920 - 02/04/2005) entre aqueles que estão a caminho dessa confirmação. O pontífice foi declarado Beato (ou Bem-Aventurado) pelo seu sucessor na cátedra de Pedro, papa Bento XVI. Na conclusão da próxima etapa do processo, que certamente também não demorará muito, o Beato João Paulo II será declarado Santo.
O Bem-Aventurado Papa João Paulo II, que esteve no Brasil por três vezes, governou a Igreja Católica por mais de 25 anos, e em seu pontificado declarou 482 Santos e 1341 Beatos. Para ele, o mundo contemporâneo vive numa ausência de normas ou regulamentos e, por isso, há um relativismo ético e moral que corrói os fundamentos da sociedade. Os beatos e santos são colocados, por isso, como pessoas que, mesmo numa anomia reinante, conseguem viver os valores do Evangelho e são testemunhas concretas da Páscoa de Cristo, fonte de toda santidade.
Hoje, por causa das diversas mídias atuantes, muitas pessoas se sentem pressionadas a sair do anonimato e a se tornarem celebridades, mesmo que seja por quinze minutos. O que faz uma celebridade hoje não é ter realizado algo grandioso em prol da sociedade, não é possuir virtudes cívicas ou morais, como os heróis e heroínas do passado. E por isso a celebridade pode ir embora com a mesma celeridade com que chegou. E os heróis e heroínas ficam para sempre. (Ismar Dias de Matos, sacerdote diocesano, é professor de Filosofia e Cultura Religiosa na PUC Minas. E-mail: p.ismar@pucminas.br)
No domingo, 1º de maio, a Igreja Católica Romana inscreveu o nome do papa João Paulo II (18/05/1920 - 02/04/2005) entre aqueles que estão a caminho dessa confirmação. O pontífice foi declarado Beato (ou Bem-Aventurado) pelo seu sucessor na cátedra de Pedro, papa Bento XVI. Na conclusão da próxima etapa do processo, que certamente também não demorará muito, o Beato João Paulo II será declarado Santo.
O Bem-Aventurado Papa João Paulo II, que esteve no Brasil por três vezes, governou a Igreja Católica por mais de 25 anos, e em seu pontificado declarou 482 Santos e 1341 Beatos. Para ele, o mundo contemporâneo vive numa ausência de normas ou regulamentos e, por isso, há um relativismo ético e moral que corrói os fundamentos da sociedade. Os beatos e santos são colocados, por isso, como pessoas que, mesmo numa anomia reinante, conseguem viver os valores do Evangelho e são testemunhas concretas da Páscoa de Cristo, fonte de toda santidade.
Hoje, por causa das diversas mídias atuantes, muitas pessoas se sentem pressionadas a sair do anonimato e a se tornarem celebridades, mesmo que seja por quinze minutos. O que faz uma celebridade hoje não é ter realizado algo grandioso em prol da sociedade, não é possuir virtudes cívicas ou morais, como os heróis e heroínas do passado. E por isso a celebridade pode ir embora com a mesma celeridade com que chegou. E os heróis e heroínas ficam para sempre. (Ismar Dias de Matos, sacerdote diocesano, é professor de Filosofia e Cultura Religiosa na PUC Minas. E-mail: p.ismar@pucminas.br)
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