O evangelho do dia 1º de janeiro de 2012 (Lc 2, 16-21), Solenidade da Santa Mãe de Deus e Dia Mundial da Paz, nos diz que “os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém nascido deitado na manjedoura”.
Sair às pressas é sinal de que algo forte como a alegria e a graça de Deus moviam os caminhantes. Maria, logo após o anúncio de que seria a mãe do Filho de Deus, também saiu às pressas e subiu as montanhas para encontrar-se com sua prima Isabel (Lc 1,39). Dom Antônio Felippe da Cunha, primeiro bispo da diocese de Guanhães, inspirou-se nesse versículo para exercer o episcopado – “Festinans cum Maria” – “com a presteza de Maria”.
Os pastores foram a Belém(Beit –Lehem) que, literalmente, significa “Casa do Pão”. Foram os primeiros a buscar a força do Pão de Deus que desce do céu para dar vida ao mundo (Jo 6,33). Aquele Menino que os pastores contemplaram, ao se tornar adulto, disse de si mesmo: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome, e o que crê em mim nunca mais terá sede” (Jo 6, 35).
O profeta Miquéias afirmou que de Belém deveria nascer o condutor, o pastor maior de Israel (cf. Mq 5,1). E o Menino nasceu na “manjedoura”, na cocheira, no lugar do gado comer. Nasceu como alimento. Assim os pastores o viram, juntamente com Maria e José (Lc.2, 16).
Ao menino foi dado o nome Jesus (YeSHuaH – Lc 2, 21), que significa “Javé salva” ou simplesmente “Salvador” (Lc 1, 47.69; Lc 2, 11.30). Quando cantamos liturgicamente o “Hosana” (HoSHeaH NaH) estamos pedindo “salvai-nos (SHeaH), por favor (NaH), ó Filho de Davi”. Salvai-nos da fome de Pão, da fome da Palavra! Pedimos, enfim, a completude, o que nos faz viver: a paz (SHaLoM).
Prof. Pe.Ismar Dias de Matos, professor de Filosofia e Cultura Religiosa na PUC Minas, em Belo Horizonte-MG.
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