A ciência não trabalha com o teorema que o senso comum atribui a São Tomé, apóstolo de Jesus Cristo: "ver para crer". Antes de tocar empiricamente algo, o cientista faz uma aposta, uma hipótese "a priori", como diria Kant. Pela hipótese ele já antevê o que busca. É uma espécie de "primeiro crer" e depois "ver".
As teorias do cientista, como disse Rubem Alves, são como redes de pescador. O pescador já sabe que tipo de peixe ele quer. E para isso escolhe a rede (ou mesmo o anzol). Conforme a rede, o pescador sabe que nela vão passar os peixes pequenos. Ele sabe quais os peixes que vão ficar presos à sua rede. E só esses peixes são interessantes para o pescador. Se, por acaso, aparecer um peixe grande (não previsto) e estragar a rede, então é hora de o pescador rever seu trabalho: por que não foi capaz de "pré-ver" aquele peixe grandão? Como fazer para evitar as surpresas desagradáveis? (Recomendo a leitura do livro de Rubem Alves: "FILOSOFIA DA CIÊNCIA: Introdução ao jogo e suas regras", Edições Loyola).
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário