A festa de Nossa Senhora do Rosário é celebrada liturgicamente em toda a Igreja Católica no dia 7 de outubro. Tudo começou com a milagrosa aparição da Virgem Maria a São Domingos de Gusmão, em 1208, entregando-lhe o Santo Rosário e pedindo que o divulgasse, pois era instrumento eficaz de salvação. Daí em diante, a Ordem dos Dominicanos, fundada por São Domingos, passou a divulgar o Rosário. Em 1573, o Papa Gregório XIII instituiu a celebração para a Igreja, em todos os lugares em que se faz presente.
A devoção ao Rosário, cujo nome lembra um conjunto de rosas, é bem antiga. Desde o século oitavo, monges irlandeses já costumavam oferecer os 150 Salmos a Nossa Senhora, como se formassem um grande buquê de rosas. Como havia muito analfabetismo naquele tempo, e era difícil para as pessoas recitar os Salmos, estes foram substituídos por 150 Pai Nossos e, depois, por 150 Ave Marias, daí o sentido dessas orações comporem o Rosário.
Essas orações eram divididas em três partes, formando, cada uma um terço. Ou seja: cada parte (ou terça parte) era composta de 50 Ave Marias, rezadas ao longo do dia, de modo que, no final de cada jornada, completava-se o grande buquê de “rosas” oferecido a Nossa Senhora. Cada Terço era rezado e meditado seguindo-se os mistérios da vida de Jesus: mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos. Mistérios Gozosos nos quais se contemplam a anunciação do Anjo a Maria; a visita de Maria a sua prima Isabel; o nascimento de Jesus em Belém; a apresentação de Jesus no templo; e Jesus perdido e achado no templo entre os doutores da lei; Mistérios Dolorosos nos quais se contemplam a agonia de Jesus no Horto das Oliveiras; a flagelação de Jesus; a Coroação de Espinhos; Jesus carrega a Cruz até o Calvário; a Crucificação e morte de Jesus; Mistérios Gloriosos nos quais se contemplam a Ressurreição de Jesus; a sua Ascensão ao Céu; a vinda do Espírito Santo Sobre os Apóstolos e Maria; a Assunção de Maria ao Céu; a coroação de Maria.
Aos três mistérios acima descritos, o Papa João Paulo II, pela carta apostólica “Rosarium Virginis Mariae” (2002), acrescentou os Mistérios Luminosos. Nesses mistérios contemplam-se toda a vida pública de Jesus: o Batismo no Rio Jordão; o Milagre nas bodas de Caná; a proclamação do Reino do Céu e o convite a conversão; a Transfiguração de Jesus no Tabor; a Instituição da Eucaristia.
Toda a vida sacerdotal de São João Paulo II foi dedicada a Nossa Senhora, o que se deduz pela inscrição em seu brasão episcopal, que diz que ele é “todo de Maria”: “Totus tuus”.
Talvez uma das grandes explicações para a difusão do Rosário esteja em sua base bíblica, pois o Pai Nosso é uma oração que se encontra nos Evangelhos; a primeira parte da Ave Maria também consta de palavras bíblicas, ditas pelo Anjo Gabriel e por Isabel, prima da Virgem Maria. O restante da oração, segundo a tradição, foi composta por São Domingos de Gusmão, a quem a Igreja conferiu o título de “Apóstolo do Santo Rosário”, e é ele que está aos pés da Virgem Maria na conhecida imagem de Nossa Senhora do Rosário.
Em todas as conhecidas aparições da Virgem Maria ela recomenda a recitação do Rosário. Em Fátima, Portugal (1917), ela se apresentou como a “Rainha do Santo Rosário”, recomendando a sua recitação. Poucos, na verdade, rezam diariamente, o Rosário inteiro (os quatro Terços), mas o Terço é rezado em todas as línguas, e a todo momentos sobem aos céus muitos louvores à Mãe de Jesus e nossa.
Viva Nossa Senhora do Rosário!!!
Pe. Ismar Dias de Matos, Professor de Filosofia e Cultura Religiosa na PUC Minas. Belo Horizonte-MG. E-mail: prof.ismar@terra.com.br
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