Com o tema “Fraternidade: Igreja e sociedade” e o lema “Eu vim para servir”, baseado no Evangelista Marcos (Mc 10, 45), a Campanha da Fraternidade de 2015 (CF- 2015) quer recordar a vocação e a missão de cada um de nós, de nossas comunidades de fé, a partir do diálogo e da colaboração entre Igreja e sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II, celebrado entre 1962-1965.
O Texto-base da CF reflete a dimensão da vida em sociedade que se baseia na convivência coletiva, com leis e normas de condutas, organizada por critérios e, principalmente, com entidades que “cuidam do bem-estar daqueles que convivem”.
Na apresentação do texto, o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Steiner, explica que a CF 2015 convida a refletir, meditar e rezar a relação entre Igreja e sociedade. “Será uma oportunidade de retomarmos os ensinamentos do Concílio Vaticano II, que nos levam a ser uma Igreja atuante, participativa, consoladora, misericordiosa, samaritana. Sabemos que todas as pessoas que formam a sociedade são filhas e filhos de Deus. Por isso, os cristãos trabalham para que as estruturas, as normas e a organização da sociedade estejam a serviço de todos”, comenta Dom Leonardo.
Propostas do Texto-base da CF
O Texto-base, estudado pelo clero e por diversos agentes de pastoral da Diocese, dia 02 de dezembro passado, está organizado em quatro partes. Na primeira são apresentadas reflexões sobre: “Histórico das relações Igreja e Sociedade no Brasil”, “A sociedade brasileira atual e seus desafios”, “O serviço da Igreja à sociedade brasileira” e “Igreja – Sociedade: convergência e divergências”; na segunda parte é aprofundada a relação Igreja e Sociedade à luz da palavra de Deus, à luz do magistério da Igreja e à luz da doutrina social; a terceira parte debate uma visão social a partir do serviço, diálogo e cooperação entre Igreja e sociedade, além de refletir sobre “Dignidade humana, bem comum e justiça social” e “O serviço da Igreja à sociedade”. Nessa parte, o texto aponta algumas sugestões pastorais para a vivência da CF nas dioceses, paróquias e comunidades; a quarta parte apresenta os resultados da CF do ano passado, os projetos atendidos por região, prestação de contas do Fundo Nacional de Solidariedade de 2013 e as contribuições enviadas pelas dioceses, além de histórico das últimas Campanhas e temas discutidos nos anos anteriores. O nome de nossa Diocese está na página 95.
O serviço em destaque!
A começar pelo cartaz da CF, que nos apresenta o Papa Francisco, numa cerimônia da Missa de Lava-pés, beijando o pé de um dos apóstolos, todo o Texto-base é permeado pelas palavras “servir”, “serviço”, “servidor”, “servidora”: são 63 ocorrências! Isso é muito em um texto tão pequeno! Por que somos chamados a SERVIR? Certamente porque o serviço está em falta! Nossa Igreja é constantemente desafiada a sair dos templos e acolher as pessoas onde quer que elas estejam. O texto recorda as palavras do Papa Francisco, que disse querer uma IGREJA EM SAÍDA, missionária, que se machuca e se suja com as lamas dos caminhos, mas não se acomoda! Vejam isso nas páginas 5, 8 e, sobretudo, a partir da página 73.
Em sua segunda parte, páginas 39 a 67, o texto nos dá motivações bíblicas e teológicas para agirmos; traz Abraão, o grande patriarca, como exemplo de serviço. Ele saiu de sua terra, do meio dos seus e foi cumprir uma nova vocação. Abraão, do alto de sua velhice, não se acomodou, mas saiu de si, se desinstalou e foi em busca de um serviço a seu Deus. Solidariedade sempre foi a grande atitude de Abraão, e deve também ser a nossa.
Evangelização completa
Em sua terceira parte, o Texto-base fala da missão da Igreja, a nossa missão, que é EVANGELIZAR. Quase a maioria das pessoas entende que evangelizar é apenas ANUNCIAR o Evangelho. Basta isso, mas não é verdade. Sim, o anúncio da Palavra na celebração da Eucaristia e dos outros Sacramentos, é um dos serviços importantes, mas existem outros. Outro aspecto importante da evangelização é o TESTEMUNHO: testemunhar com a vida, para que a palavra anunciada tenha sentido e valor; viver em COMUNHÃO e no SERVIÇO aos outros, em atitude de diaconia, é evangelizar, como ensinava Jesus, como testemunharam com suas vidas os santos e santas. A evangelização se completa quando fazemos, ao mesmo tempo, o testemunho, o serviço, a comunhão e o anúncio. Assim fez o nosso Mestre, cabeça da Igreja.
Que possamos, neste novo ano, viver a CF em todos os níveis eclesiais: nas Comunidades, nas Paróquias e na Diocese inteira. Façamos uma abertura solene, na Quarta-feira de Cinzas, dia 18 de fevereiro, e mantenhamos atividades o ano inteiro. O texto da CF nos apresenta muitas sugestões.
Prof. Pe. Ismar Dias de Matos - E-mail: p.ismar@hotmail.com
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